Fundos de Renda Fixa
O que é?
Os fundos de renda fixa, com o próprio nome já diz, alocam seus recursos em ativos de renda fixa. Esses fundos deverão investir, no mínimo, 80% de seu patrimônio líquido em ativos de renda fixa. O principal fator de risco da carteira deverá ser a variação da taxa de juros doméstica ou o índice de preços. São exemplos de ativos de renda fixa: CDBs, letras financeiras, títulos públicos, operações compromissadas (muito usadas para dar liquidez ao fundo), debêntures, etc.
Esses fundos poderão também ser classificados como “longo prazo”, quando o prazo médio de sua carteira for superior a 365 dias. Não é permitido a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a investidor qualificado.
Os fundos de renda fixa são considerados de baixo risco se comparados a outros tipos de fundos. Entretanto, isso não significa que o fundo não possa perder dinheiro. Em casos onde a taxa de juros está em alta, o valor de alguns títulos cairá de preço, trazendo prejuízo para a carteira, pelo menos no curto prazo. Outro ponto muito importante para se atentar é a taxa de administração. Taxas de administração altas com certeza vão correr a rentabilidade líquida, podendo muitas vezes perder para a tradicional poupança. É trabalho do investidor procurar um Fundo que tenha uma boa rentabilidade e uma taxa de administração baixa, geralmente não superando 1% ao ano.
Esse tipo de fundo é indicado para pessoas que buscam segurança, que querem fazer seu dinheiro acompanhar a taxa básica de juros, geralmente investidores conservadores, ou pessoas que não tem muito tempo de acompanhar o mercado para investir por conta própria. Além disso, eles contam com a vantagem da diversificação, pois o dinheiro captado pelo Fundo poderá comprar papéis que não estão ao alcance do investidor comum.
Os fundos de renda fixa seguem as normas e regras dos fundos de investimentos.
Tributação
Os fundos de renda fixa seguem o padrão de tributação em renda fixa. Ela é decrescente em função do prazo da aplicação, conforme a seguir:
- Aplicações de até 180 dias: 22,5% (somente sobre os rendimentos)
- Aplicações de 181 a 360 dias: 20% (somente sobre os rendimentos)
- Aplicações de 361 a 720 dias: 17,5% (somente sobre os rendimentos)
- Aplicações acima de 720 dias: 15% (somente sobre os rendimentos)
Os fundos de renda fixa também estão sujeitos ao IOF, caso o resgate for feito ANTES de 30 dias da aplicação. Existe uma tabela para o IOF, conforme os primeiros 30 dias de aplicação:
Número dias corridos da aplicação | Limite tributáveis do rendimento (%) |
1 | 96 |
2 | 93 |
3 | 90 |
4 | 86 |
5 | 83 |
6 | 80 |
7 | 76 |
8 | 73 |
9 | 70 |
10 | 66 |
11 | 63 |
12 | 60 |
13 | 56 |
14 | 53 |
15 | 50 |
16 | 46 |
17 | 43 |
18 | 40 |
19 | 36 |
20 | 33 |
21 | 30 |
22 | 26 |
23 | 23 |
24 | 20 |
25 | 16 |
26 | 13 |
27 | 10 |
28 | 6 |
29 | 3 |
30 | 0 |
Existe também o chamado come-cotas, que nada mais é do que uma espécie de adiantamento obrigatório do imposto de renda. Sua dedução acontece sempre no último dia dos meses de maio e novembro, ou seja, 2 vezes por mês. Essa cobrança de imposto antecipado tem esse nome porque ela diminui a quantidade de cotas total, ou seja, a quantidade que você possui sempre é diminuída quando ocorre o come-cotas.
Para os fundos de investimentos de longo prazo, a alíquota do come-cotas é de 15%. Para os fundos de curto prazo, a alíquota é de 20%.
O imposto de renda é calculado diariamente e provisionado na sua conta. A cada 6 meses (maio e novembro), são aplicados as menores alíquotas da tabela regressiva do IR de cada tipo de fundo, sobre o rendimento do cotista. Logo, se sua aplicação atingir a alíquota mínima de IR, essa provisão deixa de existir. Vale lembrar que não há bi-tributação no come-cotas. Por exemplo, se sua aplicação ficar investida tempo suficiente até atingir a menor alíquota do imposto de renda, não haverá IR no resgate, caso já tenha ocorrido o come-cotas. Caso contrário, se você resgatar antes de atingir a menor alíquota do IR, na hora do resgate, você pagará apenas a diferença.
Vantagens
- Não é necessário muito dinheiro para investir;
- Gestão profissional, que poderá selecionar os papéis mais rentáveis;
- Menor risco se comparado a outros fundos;
- Liquidez – sendo possível (em alguns fundos) resgatar e receber o dinheiro no mesmo dia;
- Acesso a vários tipos de investimentos, alguns impossíveis para o pequeno investidor (diversificação);
Desvantagens
- Os fundos de investimentos não são garantidos pelo fundo garantidor de crédito;
- Taxas de administração altas podem afetar a rentabilidade do Fundo;
- Quanto menor o prazo de aplicação, maior a alíquota de imposto de renda;
- Alguns fundos de renda fixa podem não ter uma rentabilidade tão atrativa. Em um cenário de taxa de juros baixa, muitos fundos podem perder até mesmo para a tradicional poupança.